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“Antes do software poder ser reutilizável ele primeiro tem de ser utilizável.” - Ralph Johnson - um dos quatro autores do livro Design Patterns: Elements of Reusable Object-Oriented Software

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe Suína

Folha de São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

A chegada de um desconhecido
STEFAN CUNHA UJVARI
ESPECIAL PARA A FOLHA

NO ÚLTIMO FINAL de semana a humanidade tomou conhecimento de uma nova epidemia
de gripe.
O novo vírus influenza (H1N1) surgiu em porcos mexicanos. A história se repete. As últimas
duas pandemias também surgiram de animais, porém no sudeste asiático. Uma ocorreu em 1957
pelo H2N2, e a outra em 1968 pelo H3N2. Ambas se alastraram pelo planeta e mataram pouco mais de um milhão de pessoas cada. O influenza atual formou-se por mistura genética de diferentes vírus influenza no organismo de porco no México. Conclusão: surgiu um vírus influenza desconhecido.
As secreções e líquidos desses animais transmitiram o vírus ao homem a exemplo do que ocorreu com o influenza H5N1 há seis anos, sobretudo na Ásia, transmitido das aves ao homem. Mas esse vírus da gripe suína conseguiu passar de homem a homem -o H5N1, não. Portanto, iniciamos uma epidemia humana pelo vírus suíno. O vírus mostrou o poder de disseminação de homem a homem, e novos casos devem surgir nas próximas horas.
Será difícil conter seu avanço.
Mas, por outro lado,
as medidas de prevenção organizadas pelos órgãos de saúde podem surtir efeito e reduzir sua disseminação.

Dúvidas

Precisamos saber seu poder de agressão e de mortalidade. Até o momento, é cedo para
sabermos como esse vírus se comporta no homem. O influenza H1N1 da gripe espanhola de 1918 agredia os pulmões e favorecia a pneumonia por bactérias. Conclusão: mais de 20 milhões de mortes pelo planeta. Já o vírus da gripe aviária H5N1 mostrou ser muito letal. Desencadeia
inflamação importante nos pulmões e mata mais da metade dos doentes -por sorte não consegue se disseminar de pessoa a pessoa. O diagnóstico de novos casos dessa gripe suína implementará as estatísticas desse vírus e então saberemos qual o grau de mortalidade a que ele leva e quais as lesões pulmonares. Até o momento sabemos que se trata de um novo vírus originado em porcos e com capacidade de transmissão pessoa a pessoa. Estamos conhecendo o início da epidemia. Os órgãos de saúde internacionais tomarão as medidas cabíveis para conter seu avanço. Enquanto isso, a população deverá tomar as medidas necessárias para evitar a transmissão do influenza.
O paciente
com gripe deve tossir ou espirrar em um lenço para não disseminar o vírus pelo ambiente. Precisa ficar em casa para se recuperar e também evitar a transmissão da doença em aglomerados.

A
lavagem das mãos é fundamental porque é uma forma de transmitir a doença aos outros. Evita-se tocar as mãos na boca, nariz e olhos. (grifo meu)

STEFAN CUNHA UJVARI, 44, é autor de "A história da humanidade contada pelos
vírus (Ed. Contexto), médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz de
São Paulo e mestre em doenças infecciosas pela Unifesp

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